Quando costuramos somos integralmente responsáveis por cada ponto certo ou errado, torto ou reto, firme ou solto.
Se estivermos atentos ao trabalho, perceberemos logo que um ponto mal feito é fácil desmanchar... e refazer esse pequeno estrago torna-se simples...
O problema se agrava quando nos distraímos e nos damos conta de nossos erros somente lá adiante, onde desmanchá-los ou corrigi-los torna-se quase impossível.
Então, escolhemos deixar assim ou optamos pelo difícil desmanchar e refazer tudo de novo.
E aquele descuido, será a eterna lembrança de um momento de distração, de aprendizagem, de normalidade (sim, porque perfeição não existe... ou existe?)
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Aprendemos uns com os outros... e nas oportunidades que tive de costura em grupo ríamos muito das nossas alfinetadas... mulheres reunidas costurando por um logo tempo seus tecidos... e suas palavras.
E é claro que sempre chegava o momento das “alfinetadas”, aquele da fofoca... do - tu viu isso? - e aquele outro? – oh! Mas que coisa!
Pequenas espetadas que não machucaram ninguém... apenas a força do hábito e das palavras de quem se reúne para costurar a vida uma na da outra.
Afinal, “que espete o primeiro alfinete” quem nunca foi vilão ou vítima das próprias palavras alfinetadas...
Ui! Uma alfinetada dói...
Mas é bom que saibamos que alfinetes prendem apenas temporariamente.
São as agulhas as responsáveis pela costura bem feita.
Pois chega o momento em que se torna necessário deixarmos os alfinetes no seu lugar... restando a cada um cuidar da sua própria costura...(aceitando o jeito de costurar do outro)
Alfinetes nos tecidos, linhas nas agulhas, costuras cuidadosas e caprichadas...podem significar uma vida sem mágoas...
Afinal, todos os tecidos merecem ser costurados da melhor maneira...
E a necessidade da convivência diária com diferentes pessoas, interessadas em prender, alinhavar, costurar a vida no seu tempo e grupo, pode nos ajudar a aceitar a presença dos alfinetes e agulhas com ferramentas de crescimento.
A imagem abaixo é uma relíquia recém descoberta em um livro que comprei...SHAW, Robert. American Quilts: The Democratic Art, 1780-2007.. Sterling Publishing CO:2009 .
São muitas as possibilidades de leitura no Desenho/Litografia de H.W. Pierce, 1876 - “Quilting Party in the Olden Time” onde a vida acontece a partir das costuras de cada um.
Si, a minha querida agulha de ouro. Tu não imaginas como as tuas palavras costuram alegrias hoje no meu coraçãozinho tão alfinetado. Não poderia ter lido coisa melhor.
ResponderExcluirMuito obrigada por fazer parte importante da miha colcha de retalhos.
Beijos e ótima semana
Stela! Tu sabe que eu faço faço questão de manter essa costura bem firme...estás na minha colcha de amizades preferidas.
ResponderExcluirbjs
Si.